Exame(s) de Condução

Hoje fiz o meu exame prático de moto. Era acompanhado entre outros,por um jovem de vinte anos, que já havia chumbado três vezes em código e duas vezes em condução. Finalmente ele já obtera aprovação no código e na condução automóvel e restava-lhe hoje ser bem sucedido em condução de moto, para se livrar do calvário.


Enquanto esperávamos pela nossa hora de exame, num bar paredes-meias com o centro de exames, reparei que ele de vez em quando se levantava sorrateiramente, encostava-se ao balcão e emborcava qualquer coisa parecido com um copo de 3 tinto.
Ao aperceber-me, questionei-o a que propósito bebia vinho naquela hora!?
Confessou-me sentir-se muito nervoso e precisar de acalmar,...
Eu pus-me com aquelas partes de conselheiro...,mas logo me foi informando que foi só assim que conseguiu passar das outras vezes ! Afinal não era tinto, era Porto, mesmo!
A moça do balcão (outra jovem) ao perceber a conversa, ia sorrindo e acenando a cabeça em jeito de aprovação e fiel testemunha.
Lá fomos!
Primeiro ele na moto. O mestre e a senhora engenheira nos bancos da frente e eu no banco de trás do carro " patrulhamento".
Tudo corria às mil maravilhas, mas eis senão quando, o nosso rapaz pára sózinho na estrada olhando demoradamente uns sinais luminosos que não mudavam de tonalidade porque enfim, eram daqueles que só acenderiam se alguém passásse com excesso de velocidade.
E ali ficou!
Foi preciso buzinar-lhe e mandá-lo seguir.
No fim (dizia:o sol reflectia naquelas lâmpadas e até pareciam estar acessas) num dia que ameaçava chover mas que acabou por ser (graças a deus) uma data feliz para toda a gente.
Eu lá segui a minha vida, a rir sózinho e a pensar na forma suicída como esta juventude manifesta o seu desprezo e descrédito no sistema.

Burocracia à Portuguesa

É uma queixa corrente, poucas vezes substanciada, porque sempre se tratam de experiências individuais, em processos que no términus até parecem justificar-se.
Importei em janeiro deste ano uma moto Zongshen, nova, a partir de um distribuidor de Zaragoza. À chegada era acompanhada de toda a documentação que entreguei no Automóvel Clube de Portugal, de que sou sócio, para tratarem das formalidades de importação e registo.
Volvidos seis meses e mais outros tantos papéis, do IMTT, em conversa informal sou informado que ou arranjo mais o documento X e Y,Z..,ou em alternativa faço o registo de matrícula em Espanha (permisso de circulação) e depois importo, o que pressupõe o pagamento de registo e Iva em Espanha e depois novamente em Portugal.
O que é frustrante nisto e verdadeiramente português !?
É que a mesma moto e modelo é vendida e distribuida a partir de Zaragoza para Itália, Holanda, Bélgica e Espanha,...países onde os mesmos documentos que me foram entregues, bastam para legalizar o veículo.
Veja-se! Com a mesma documentação posso registar o veículo em qualquer destes países e depois importá-lo, mas não consigo importá-lo como novo e fazer o primeiro registo em portugal.Informação ACP e IMTT.
Está comprometida a ideia de em julho acoplar a moto à autocaravana para umas voltas mais curtas.
Quem sabe se em julho, acoplada e estacionada a autocaravana em Espanha eu consigo um atestado de residência e o respectivo "permisso de circulação"!? A ver vamos.
Isto é verdadeira subsidiaridade, Viva portugal.
PS:
Na verdade o que me pedem do IMTT é o documento de homologação da moto, da minha moto, com o meu número de motor.
O que o distribuidor me fornece é o documento de homologação do modelo da minha moto e o livrete de inspecção e aprovação em Espanha, da minha moto, com o meu número de motor e daquele modelo.
(será que há nisto alguma questão de português?)
Falando claro:
Imagine-se um fabricante de automóveis, televisores, computadores, colectores solares, o que se queira. Imagine-se que esse fabricante certifica a qualidade e o respeito por todas as normas técnicas em vigor na comunidade, de um modelo que projecta construir em série e o certifica junto de um laboratório creditado internacionalmente.
Depois de certificado esse modelo, o fabricante mete no mercado o seu produto com cópia dessa certificação e uma tarjeta de fiabilidade na produção, assegurada por um qualquer organismo encarregue de fiscalizar a manutenção dos processos de qualidade, em principio o mesmo laboratório ( ou outra entidade de acreditação)
Pois bem, neste caso além da acreditação, há a "tarjeta" do registo oficial da minha moto, que importei (aquele número de chassi e motor) na congénere espanhola da nossa DGV,...a certificação é a daquele modelo de moto (em geral) pelo labotatório de homologação, no caso holandês.
Ora o que os senhores IMTT em portugal querem é (na prática) que o tal laboratório holandês faça a homolgação da minha moto (aquela entidade fisica que comprei) em concreto e particular.
Isto não existe em produção fabril, em nenhum sector (carros,motos,televisores,etc...) em nenhum país.
Não percebo,... deve ser mesmo uma questão de português! Alguém que me explique p.f.

Pompeia / Nápoles

Impressiona a organização, a arrumação , enfim o urbanismo e a urbanidade que se adivinha ter estado no dia-a-dia daquelas gentes. A praça central, o fórum, a igreja, as casas de "Madalena", os edificios político/administrativos e a estreita relação de todos eles com a(s) moradia(s) do povo anónimo, as termas, os sanitários públicos, a drenagem de esgotos,... revelam uma qualidade abrangente e integradora surpreendente. Não há testemunho civilizacional da urbe, daquela época que se lhe equipare.

Tudo muito bem conservado.

Paredes meias, Nápoles é a nova cidade das mesmas gentes,... mas agora expondo as fragilidades da economia (que entretanto se perdeu), revela-se uma cidade sombria, deprimida, sem arrumação nem brilho, como o subúrbio de um passado glorioso, morto e enterrado nas poeiras vulcânicas do velho Vesúvio.
Não admira muito,...as recentes noticías do lixo que não se recolhe das ruas e a que se deita fogo.