Depois daquela conversa com o Sr. Manuel Pombal, a Nazaré passou de imediato a próximo destino. As saudades de casa bateram e a passagem programada pela expo-Saragoça já era,.. abandonado também, muito pelo excessivo calor que lá, por certo se sentiria.
Lourdes/Nazaré - A Última Etapa
Depois daquela conversa com o Sr. Manuel Pombal, a Nazaré passou de imediato a próximo destino. As saudades de casa bateram e a passagem programada pela expo-Saragoça já era,.. abandonado também, muito pelo excessivo calor que lá, por certo se sentiria.
Lourdes - A Rosa Púrpura
24.08.08 - Dia_21
- Boa noite, precisa de ajuda?
- Viva,...(ohhhhi, aqui já se fala português) 1 moeda de euro, para meter água potável, tem?,
e 120 litros depois...
-Olhe, nós vamos para Bordeaux, onde residimos e trabalhamos à 32 anos...,estamos a chegar da Nazaré!
- Ah sim!?!!!!!?!?!??!? Como assim?
- Gostamos muito da Nazaré, passamos lá férias há muitos anos, vinte dias todos os Agostos,...temos lá um apartamento muito bom.
- Ah sim !? Não me diga !? Estão a chegar de lá agora? E como é que se está lá, muita gente? Calor ou chuva?
- Passámos vinte dias maravilhosos,...
-Como o mundo é pequeno,...e ao mesmo tempo grande.Há vinte dias que ando por aí, sem encontrar um português, e agora aparece-me o Sr. Manuel , noite dentro, a falar português,a dizer-me que vem exactamente da terra onde nasci e vivo, e a dizer-me que tem um apartamento num prédio de que fomos autores e de que fizémos o controlo de qualidade,...que coincidência estranha Sr. Manuel,...Lourdes é mesmo um lugar de milagres.
Lourdes, a própria, a desobecer de novo a toda a gente, para mais um encontro com o Sagrado.
E é no vale , junto às montanhas!
Tudo com um ar muito fresco, apesar das multidões, respira-se ar puro, os Pirinéus dão a ambiencia e o perfume perfeito.
A paisagem é emoldurada por humanos em estado contemplativo
A Basílica
A devota
A Rosa Púrpura
Vermelha a atirar para o roxo.
Estofo tinto com a cor da púrpura.
As vestimentas régias (que antigamente eram cor de púrpura).
A dignidade real, o trono.
A dignidade de cardeal. A dignidade do cônsul romano.
Púrpura hemorrágica ou simplesmente púrpura
Tão púrpura foi que não suporta agora ver-se a murchar. E escolheu deixar-se levar. Escolheu deixar-se morrer.
Por sua vontade, escreveria um sublime texto de despedida.
Um texto que poderia ser o seu extenso epitáfio, mas sabe que ninguém a chorará.
Ninguém lamentará a sua morte e poucos se lembrarão dela quando outra tomar o seu lugar. É mesmo assim. Há sempre um dia em que largamos a amarra que nos prende ao cais.
E deixamo-nos ir. Sem pena. Sem dor. Apenas com a quietude de quem fez mal porque não soube fazer bem. Com a quietude do monstro que não soube fazer melhor.
CPA - Porta de Entrada no Autocaravanismo Português!?
Mas quem por este nosso país, vai chegando ao autocaravanismo,antes demais encontra e é seduzido por esta sigla, CPA- clube PORTUGUÊS de autocaravanas.
O CPA é hoje, como ontem, um pequeno clube de afectos, festas e romarias...nada tem que o distinga de uma associação Campingcar-Portugal,de um CAN, de um CAS ou até mesmo de um CAB/MIDAP, como quaisquer outros pequenos clubes e associações.
O CPA reúne estatísticamente os seus imensos e novos associados,num primeiro momento aí filiados, semcuidar nem dar resposta às suas preocupações maiores,... de porquê o actual estado das coisas!?, porquê tão poucas AS´s!?,, porquê tanto desperdício e tanto autismo?! porquê tanto desencontro!?, porquê é que ninguém consegue ajudara fazer mais e melhor?!porquê tanta saudade do futuro e tanto fado!?... desperdiçando renovadas motivações e entusiasmos.
O exemplo do recém-chegado, Companheiro Capitão Haddock (aqui: http://vitorsilva.blogspot.com/2009/04/o-encontro-de-abrantes-i.html ) e a sua deriva é um fenónemo comum a todos recém-chegados ao CPA, comigo aconteceu coisa idêntica...embora não tivesse precisado de lá ir.
Porventura Boaventura é o Companheiro que representará o que de melhor tem de operacional o CPA, por conta própria lá vai conseguindo montar novas AS´s,... bem como o Companheiro Decarvalho, também muito por conta própria, representará o que melhor tem de operacional o CAB/MIDAP...
Devo-lo-ão reivindicar todos os outros.... o seminário de Cascais é o sítio!
I Seminário MIDAP
Cascais - Cisterna da Fortaleza, 22, 23 e 24 de Maio
Já no virtual fórum CPA, havia uma vez expressado a convicção de que a realização de um seminário que reúna comunicações com a perspectiva passada e futura de todos os intervenientes do sector, me parece a melhor forma de organizar um dossier de suporte político alicerçado económica e socialmente, capaz de ser irrefutável base de apresentação e trabalho junto de decisores políticos.
Esperemos que as comunicações a produzir pelos intervenientes anunciados, certamente de alento e com talento, juntamente com uma caracterização sócio-económica do turismo autocaravanista como a produzida pela C.C.R.Algarve (ou essa mesmo) ,possam constituir-se numa compilação de argumentos, capaz de influenciar munícipios e associações a descobrir as vantagens de um investimento em infraestruras para a modalidade.
Ou e ainda, que pelo menos as ofertas/soluções em AS´s e Parqueamentos a promover pela autarquia de Cascais possam servir como exemplo,...afinal Cascais é a nossa menina mais rica.
O I Seminário Midap sobre Autocaravanismo, com os ingredientes que se anuncia, localização e intervenientes, deve perspassar a satisfação e apoio de todos os autocaravanistas, com a esperança de que o cariz fortemente político e oxalá mediático do evento se constitua numa oportunidade para o desenho de uma ONG sobre autocaravanismo onde intervenientes da indústria e comércio de produção de equipamentos de bens e lazer relacionados, associações representativas do poder local artes tradiocinais e ambiente poderão no futuro dar expressão relevante da interdependencia, necessidades e complementaridade para a actividade, de uma forma interessada e interessante.
Seria o princípio da idade adulta, do Autocaravanismo.
Tudo em ordem a um processo de transformação da imagem de um autocaravanista inconveniente, para um autocaravanista desejado,...e isso é absolutamente Estratégico!
Só com essa inversão (de inconveniente para desejado) será possível acalentar a esperança da adesão de concelhos e freguesias na criação de infraestruturas dedicadas e com qualidade,...trezentos e tal municipios, seis mil e tal freguesias é muita área de serviço, e senão fôr assim será trabalho para muitos anos...se a moda pegásse seria notável.
Parabéns ao MIDAP.
O III Encontro do CAB
08 e 09.05.09 - Minas do Lousal
Se gostásse de excursões,... não tinha comprado uma autocaravana!Sempre achei algumas dessas, mais divulgadas imagens do associativismo autocaravanista, um dos seus piores cartões de visita,...por vezes, até com infeliz honra de capa de revista.
A formação do CAB- Círculo Autocaravanista da Blogosfera, com os poucos blogues dedicados ao turismo itinerante em autocaravana, então conhecidos,...foi fundado, podemos dizê-lo, numa época de turbulência e total desconversa no virtual fórum CPA.
A nossa imediata adesão foi um acto de fé !
Fé na crença de que,... quem sabe faz, quem não sabe, só ensina!
E foi a minha vez,... de testemunhar a jovialiadade e frescura da acção "política" experimentada e a qualidade e justeza de uma livre reacção coloquial esclarecida, tudo num caldo de generosidade,... indispensável a tão provectas idades.
A coordenação do CAB e a organização deste III Encontro, estão de parabéns! Enderecei, ainda lá, o nosso agradecimento a quem ombreou com a excelente organização.
Este nosso testemunho, agora publicado só faz sentido,... como incentivo a todos os autocaravanistas com blogue, que considerem a possibilidade de virem a estar presentes num próximo encontro.
Rocamador
Que fez esta Virgen santa e Reynna,
que é dos coitados todos meeza;
contar-vo-lo-ei brevement' e agynna
quant' end' aprendi a quen mio á contado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Entre Doir' e Mynn' en Portugal morava
un mercador [rico] muito que amava
Santa Maria e por ela fiava,
e ena servir sempr' era seu cuidado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Como quer que el pelas terras mercasse,
se dõa fremos' e aposta achassee
que pera o altar lle semellasse,
de lla aduzer era muit' entregado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Porque amava muito Santa Mariade coraçon,
disse ca en romaria
a Rocamador de bõa ment' irya
tanto que o el podess' aver guisado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Assi foi que el ssa nav' ouve fretada
pera yr a Frandes; e essa vegada,
pois que ouve ben sa fazenda guisada,
foi-sse con quant' aver avia mercado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Mais pela costeira do gran mar d'Espanna
ind' aquela nave con mui gran companna,
levantou-s' o mar con tormenta tamanna
que muito per foi aquel dia irado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado
Levantou sas ondas fortes feramente
sobr' aquela nave, que aquela gente
cuidou y morrer, que logo mantenente
chorou e coidou enton y seu pecado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E o mercador eno bordo da nave
estava enton encima da trave,
e ha onda vo fort' e mui grave
que lle deu [no] peit', e no mar foi deitado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
A nav' alongada foi, se Deus me valla,
del ha gran peça pelo mar, sen falla;
mai-lo demo, que senpre nosco traballa,
quisera que morres y log' affogado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
El andand' assi en aquela tormenta,
nenbrou-sse da Virgen que senpr' acrecenta
eno nosso ben; ca pero que nos tenta
o demo, non pode nosc', a Deus loado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
«Ai, Madre de Deus,» diss' el, «teu ben m'ajude,
tu que es Sennor santa de gran vertude;
pois a todo-los coitados dás saude,
nenbra-te de mi que ando tan coitado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Sennor, por merece non me desanpares
por algu tempo t' eu fazer pesares,
e se mi ora daquestas ondas tirares,
servir-t-ei eu sempr' e farei teu mandado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Nenbra-te, Sennor, que t' ei eu prometudo
d'ir aa ta casa, est' é ben sabudo;
mas tu, dos coitados esforç' e escudo,
val-me, Sennor, ca muit' and' atormentado.»
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
El esto dizendo, log' a Virgen santa
vo, que o dem' e seus feitos quebranta;
come Sennor bõa que os seus avanta,
fora d' ontr' as ondas o ouve tirado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E fez enton y gran maravilla fera,
ca tornou o mar mansso de qual ant' era.
Se ll' el algun tempo servijo fezera,
mui ben llo per ouv' aly gualardõado
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E levou-o salvo a terra segura,
que sol non sentiu coita nen rancura;
esto fez a da virgdade pura,
que por nos viu seu Fillo crucifigado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E ante dez dias, oý por verdade,
que a nave foss' a aquela cidade
u portar avia, pola piadadede
Santa Maria foi el y chegado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E tanto que os da nav' aly chegaron,
poi-lo viron, todos sse maravillaron;
e os seus enton mui ledos per tornaron,
e contou-lles el quant' avia passado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
E o mercador, pois se tornou de França
e feien ssa terra, sen longa tardança
a Rocamador se foi, e confiançana
Virgen sempr' ouv'. Ei-vo-lo acabado.
A [de] que Deus pres carn' e foi dela nado...
Obtido em "http://pt.wikisource.org/wiki/Cantigas_de_Santa_Maria/CCLXVII"
Primeiro Saint-Michéle, depois Rocamador , amanhã Lourdes...nem de propósito,... são os três maiores santuários de França. Haja esperança e Fé !
Aproximadamente 400km