A viagem pelas nuvens da A24, serranias, ventanias e sarrias chega ao fim!
Ao fundo do moderno parque, que se afigura de negócios de gado ( coisa bem construída) vê-se fumo,...fumo de fogo de madeira e umas quantas vivalmas em amena cavaqueira em redor da fogueira, comtacho de tripé, como que convidando a tratar da janta colectiva, que se deseja o mais petisqueira possível...vamos lá!
Mentira! Tudo o que acontece é coisa restrita ao corpo de bombeiros, que deve ter dado também corpo aos preparos da Feira que afinal só ocorrerá amanhã! Há homens a vestir a camisola de Pontevedra, onde se percebe e confirmam ganhar o pão, durante a semana (estão de Fds, ou como se queira entender).
Mas surpresa maior foi um encontro com o menino Paulinho das Feiras, menino de oiro por aquelas bandas, no meio de uma fanfarra a distribuir beijos e abraços, a mais de um ano das eleições,...trabalho duro e longo esse por terras do Demo, hem!
Escapulimo-nos dos apertos tão entusiastas e fomos dar um passeio pela vila. Olhar do miradouro, as serras longas e vales profundos que anunciam Espanha e de tão agrestes fazem lembrar Miguel Torga que também foi sempre um homem socialmente difícil, porra! Pouco comunicativo falando sempre mais com a convicção e o coração do que com a razão. Lá ficámos demoradamente em silêncio, ao frio das ideias.
Feitas as fotografias, para mais tarde recordar, impõe-se saber onde afinal servem o tal famigerado cozido transmontano destas carnes tão fumadas?!
O belissímo guia gastronómico do José Silva, deu-nos a resposta,... no Falta de Ar, pois claro. Vamos lá! Ainda é cedo para a janta, mas servem-nos para fora, um tacho completíssimo, quentinho, acabado de fazer, à moda antiga,...que bom aspecto! Vamos andando, que se faz tarde,.. fazer essa estrada que bordeja pelo alto o parque do Gerês, direcção a Braga...com paisagens que imporão um andamento lento e várias pontos de paragem.
Pouco depois a albufeira do Alto Rabagão, um local a convidar a uma pausa maior,... ideal para degustar esse cozido com um cheirinho que nos vem abrindo o apetite durante a viagem,...que beleza! Da garagem sái um Santa Marta de Penaguião tinto, agora com uma estampa moderna, muito menos feliz, mas com um velho paladar que ainda fideliza. Degustou-se apaladadamente tão deliciosa mistura!