Saint Michel / Fougéres / Rennes

18.08.08 - Dia_15

Saímos de St.Malo ao fim do dia, direcção St. Michel. Em pouco mais de uma hora de viajem, deixámos as terras altas da Bretanha, e entrámos nos campos alagados e aráveis da Normandia. A nossa viajem aproximava-se do ponto de retorno, o Monte de Saint Michel, primeiro cartaz turístico e local mais visitado de França.


Pelo caminho a paisagem é salpicada de singularidades.



Chegádos ao cair da noite, observa-se um intenso movimento de vai-vem, entre os que partem e os que chegam e correm a visitar o local . A quantidade de autocaravanistas sugere-nos um local de perenigração "obrigatório" para aqueles.




As visitas são possíveis ininterruptamente e são muitos os que aproveitam as temperaturas mais frescas da noite para subir ao ponto mais alto, seguimo-los...em boa hora. No dia seguinte o povo seria tanto que a confusão e a incomodidade se instalam.



A capela de St. Michel surpreende pela preservação da autencidade original (rara), que nos transporta de imediato para a época em que foi construída.



O espectácular panorama à noite, é ainda mais surpreendente.




Com a autocaravana estacionada nos jardins da village, onde pernoitámos em boa hora decidimos uma ida e volta a pedal,...mais longe do que parece.


Entre a ida e a volta a maré enche e o que antes era um imenso parqueamento automóvel é agora um charco com meio-metro de água onde se vêm alguns carros submersos, apanhados de surpresa.




A fotografia da praxe.



Todas as posições são válidas.




O Monte Saint Michéle é um postal, não há dúvida.




Fougére, Village de France,...tão verde e emboscada que mais parece um ninho de cucos. Respira-se um clima de tranquilidade e sossego,...parece parada no tempo, para viver plenamente em expressões artisticas mais ou menos individuais, mais ou menos colectivas de que os ensaios na igreja e à volta dela evidenciam.



A Igreja e o coreto em ensaio.



A quietude.



As flôres.



Rennes a capital da Bretanha e ainda que só de passagem descobrem-se cantos e recantos de enorme beleza nesta cidade de trabalho e potencial turístico de enorme qualidade paisagística e urbana.








Despedimo-nos com pena, e a certeza de que Rennes merece mais atenção, o objectivo era ainda ir dormir a Angers.

Afinal, numa belíssima AS, dessas que agora a nova portaria sobre campismo anuncia para portugal,...pequeno parque de estacionamento todo vedado por rede, com portaria mas aquela hora já encerrada. O que não impossibilitou a utilização da zona de manutenção construída no lado exterior e a possibilidade de aí pernoitar num dos lugares de estacionamento reservados aos mais atrasados como nós.






Aproximadamente 255 km

St.Malo

17.08.08 – Dia_14

Deixámo-nos de preocupar com programação de AS´s, elas parecem estar por todo lado, numa concorrente disputa pelos autocaravanistas.
Não é contudo o caso de St.Malo, que a par de La Rochelle são cidades de tamanho médio/grande onde o turismo já é sempre intenso e os muito turistas se sobrepõem às restantes actividades e gentes locais. Aqui a única opção é pelo parque de campismo, moderno e agradável, com vista panorâmica sobre a cidade mas um pouco distante. Temia-se que chovesse no dia seguinte...


Mas o dia inicia-se com um brilho e luz que haviamos perdido nos últimos tempos, o caminho longo mas convidativo a umas boas pedaladas de bicicleta, é sempre uma excelente forma de contemplar a paisagem e fazer algum exercício,...

O centro turístico, e cidade velha entre muralhas, ao longe.


Uma das várias entradas, onde se acomodam à idade e à conversa diferentes gerações de locais que fazem viajem na mirada sobre quem entra e sái.





Dentro o movimento turístico é intenso, o comércio e as expressões musicais espontâneas é-lhes quase todo dedicado.

O ambiente urbano é muito próprio, com edificios com plena ocupação humana, de quatro a cinco pisos, alicerçados em estrutura física e viária centenária, onde o sol dificilmente entra, mas também cá fora rareia..., há dias.

O de hoje até convida a um passeio pela praia.

E aos sabores de um pescado com frits,...o que havia de ser?




St. Malo e La Rochelle assumem estatuto de capitais do turismo de praia nesta costa francesa e justificam plenamente com a sua surpreendente beleza.

KM +- 233

Concarneau e Brest

16.08.08 – Dia_13

As viagens são a alegria absoluta. E são desalento e desespero e imprevisibilidades e cansaço e força que se encontra. E saber que no dia seguinte não sabemos o caminho. E saber que há um recomeço de tudo, de tudo quanto está por ver, por saber, por experimentar, por conhecer. Viagem que é viagem só começa, nunca termina, entranha-se, adquire vida própria e, dentro, viaja. E, dentro, viaja muito depois de termos chegado, recordando.






Recordando Concarneau, temos a certeza de que não esqueceremos nunca mais a Ville Close, não estava no roteiro, não está em roteiros, mas ficará para sempre na memória. Não há fotografias nem palavras que expliquem determinados ambientes,...sentirmo-nos bem é um todo que não se explica.




A Bretanha é um lugar de chuva, intermediada de sol, com um céu sempre carregado de tonalidades que expressam essa ambiguidade. Brest é claramente a expressão mais agreste dessa ambiguidade. Como agreste é a cidade e o seu imenso, cinzento, ferrugento e estivado porto comercial, primeiro de França.


Foi um "regresso" à terra de eleição de emigrantes, num apelo ao trabalho.


Desmontámos ali curiosidades e memórias de conversas escutadas em criança.







Contudo, Brest havia ainda de nos surpreender, quando ao acordar-mos na AS onde pernoitámos descobrimos que estavamos afinal à beira do desejado Oceanário, a visitar, e nas margens prazeirentas de um belissímo estuário dedicado ao lazer.

Visita feita, rumámos a St. Malo.

KM +- 185

Companheiros

Criador desta raça há mais de 40 anos,...




RAÇA :EPAGNEUL-BRETON
IDADE: 3 MESES - VACINADOS e PEDIGREE.Descendentes de um campeão nacional.

Excelente companhia, excelente guarda e excelente como cão de caça e água.
Manuel Alegre, no seu livro "Cão Como Nós" é desta raça que fala, resultado de mais de uma dezena de anos de convivência pessoal com um espécime destes.

Companheiro(s) de viajem....vendo dois cachorros machos.

O Parapeito da Janela

Havia uma excitação no ambiente,...como se a adivinhar festa.

Reparámos que a mãe atravessava a estrada em frente à nossa casa e levava filhoses à porta da casa vizinha.Recordamo-nos por esses dias, com o queixo apoiado no parapeito da janela, a olhar horas a fio aquela modesta casa em frente, com uma estranha compreensão e alegria da descoberta da família e do mundo para além daquela estrada. Foi,... o melhor do Natal!

Crescemos,... e estranhamente, connosco cresce o parapeito da janela.

DECLARAÇÃO DE ALENQUER

Os participantes presentes, no “I Encontro de Cyber Autocaravanistas Bloguistas”, reunidos em Alenquer em 22 de Novembro de 2008:
ICongratulam-se
com o desenvolvimento do autocaravanismo, modalidade de turismo itinerante, quer entre os portugueses, quer entre os estrangeiros, expresso nas crescentes visitas a Portugal.
IIConsideram dever estudar
o desenvolvimento do autocaravanismo, entendido como uma forma legitima de turismo itinerante, para que possa ser valorizado pelas autoridades públicas e não ser discriminado negativamente, bem como defendem a criação de melhores condições de estacionamento das autocaravanas, junto dos centros urbanos e na proximidade de locais de interesse turístico e cultural.
IIIRegistam a espontaneidade,
maioritariamente favorável, de uma emergente opinião pública civicamente responsável e identificada com o tema do autocaravanismo que pratica e divulga os princípios do Respeito Mútuo aprovados:
Respeitar a natureza e o património cultural.Evitar a formação de concentrações de ACs.Só estacionar em lugares apropriados.Privilegiar o comércio tradicional local.Estar e ser discreto e cortês com todos.Inter-agir amigavelmente com o próximo.Tentar cumprir e manter estes princípios.Observar sempre o bom senso e bom gosto.
IVSaúdam todos os autocaravanistas
conscientes, que pela prática, conforme as regras de ética e comportamento adoptadas internacionalmente e também entre nós, que constituem valores de referência exemplar para a divulgação e aceitação generalizada do autocaravanismo, designadamente pelos efeitos benéficos na correcção da sazonalidade, e valorização dos recursos turísticos culturais do interior.

VManifestam o seu compromisso
e disponibilidade para através dos conteúdos que elaboram ou divulgam nos meios ao seu alcance, intensificarem a valorização de textos favoráveis ao autocaravanismo itinerante, para melhor acessibilidade à informação objectiva, quer por parte do público em geral e autocaravanistas, quer por parte da comunicação social, quer ainda para obtenção das autarquias locais da criação de parques de estacionamento e pernoita, com estações de serviço de apoio às autocaravanas.
VIResolvem ainda,
a) Constituírem-se em Net work informal de intercâmbio de informações relevantes para o autocaravanismo com vista a no seu conjunto apoiarem a criação de um Observatório não Governamental para o Autocaravanismo Itinerante ONGAI.
b) Estabelecer que a adesão ao CAB, através de um representante, está aberta a todos os espaços na internet (blogues, fóruns, websites…) que o desejem.
c) Exortar os autocravanistas a uma maior intervenção pública e cívica na divulgação do autocaravanismo.

VIIDeclaram que adoptam
uma estrutura informal de associação aberta, sem personalidade jurídica, nem fins lucrativos, de tipologia informal, sob a denominação de “CAB – Circulo de Autocaravanistas da Blogo–Esfera” e que
a) disporá de um espaço Web próprio identificado pelo logótipo adoptado,b) reunirá em principio quadrimestralmentec) e designam para coordenar os destinos do CAB no próximo ano:
- Diogo Ferreira (Blog MIDAP)
- Luís Decarvalho (Blog Newsletter)
- Rui Narciso (Portal Papa Léguas)

Do incício do boom da actividade autocaravanista há de vir a Ordem

meus caros Autocaravanistas
Vamos ao trabalho?
A evolução tem de acontecer, e do Caos do início do Mundo....e do incício do boom da actividade autocaravanista há de vir a Ordem... o importante é que nao permaneça o Caos, e que a Ordem não seja discriminatoria.
Ou seja, que as Trevas dêm mesmo lugar a Luz. Não queremos todos seriamente, uma Luz que ilumine, e não que cegue? O caminho do Autocaravanismo nao é mais do que uma espcificidade do caminho percorrido pelo automobilismo.
Os AC sao automobilistas e turistas itinerantes e especiais. Quando o seu numero aumenta, com a pressao demografica dos AC, lá vem a Lei the Malthus ajudar a compreender que alguns tem de ser sacrificados, - aqueles que nao se submetem por dever de cidadania e responsabilidade cívica, a uma Ordem justa, equilibrada e social.
Ao início, os automoveis no início do século, estacionavam de qualquer modo, e em qualquer lado: en contramão, em espinha, ao longo de passeios etc, e pelo tempo que se quissesse...depois, com mais, e mais automoveis...e vem a regulamentaçao do estacionamento...depois o pagamento do estacionamento, e a proibição deste em alguns locais, a a algumas horas...depois ainda a criação de parques de estacionamento, ate subterraneos como o de AC em Monaco, os parquimetros, e ate as limitações horarias de estacionamento, e em muitos outros locais a proibição de circulação e estacionamento total em certas ruas, ou reservada so a residentes, limitaçao de circulaçao e estacionamento a matrículas pares ou impares alternadas, como em Pequim, de pagamento de portagens para entrar nas cidades como em Oslo e Londres, os reboques, e os jacarés de imobilizaçao como em Santander, etc. etc...
A estruturaçao do automobilismo em Portugal muito ficou a dever ao ACP Automovel Clube de Portugal, hoje com contornos de Federação do sector, e da sua representação Internacional.
Porém em Portugal, contarriamente a Espanha e França, por exemplo, não ha estrutura similar, nem tutela pública ou privada sobre o autocaravanismo. Têm de ser os autocaravanistas ainda a dar os primeiros passos, e a auto-organizarem-se.
Todavia há que actuar com o maior realismo: nada de maximalismos, populismos ou fundamentalismos suicidas. Pelo contrário, há que em ambiente democrático criar condições de participaçao, audição e cooperação sérias. Estas só se fazem com estruturas representativas, preparadas, competentes, e que estejam em cima do acontecimento, pró activas, e não apenas reactivas, e que tomem posições construtivas de compatibilizaçao de legitimos interesses privados, no contexto da satisfação do interesse público, ajudando a definir este... Ou seja, fazendo aquilo que é legitimo e constitucional: um lobbying democrático e participativo, ao invés de posições de mera contestação, ou de pressao...ou mesmo de revolta activa, ou passiva...
Espera-se que o MIDAP seja a plataforma para essa nova atitude, e inadiavel, pela dignificação do autocaravanismo em Portugal, e que exige, nao só a educação e formação de autocaravanistas, dos agentes e profissionais da comunicaçao social, mas tambem das autoridades, Governo, autarcas, e ainda dos demais interlocutores, como produtores e comerciantes do sector.
Daí as nossas propostas insitentes sobre:
- criação de um gabinete de estudos do Autocaravanismo
- estruturaçao de um Observatorio plural do Autocaravanismo
- preparaçao e realização de um Seminario sobre Autocaravanismo.
por, Decarvalho

VANNES

15.08.08 – Dia_12

As viagens nunca são o que planeamos. As viagens nunca são viagens se as planearmos geometricamente e as cumprirmos como às ordens de um comandante de excursão.As viagens são olhares. E os olhares não se planeiam. As viagens são esquinas. Nunca sabemos o que está para lá.




Vannes, é um desses lugares que embora não planeado se recebe como agradável surpresa a cada esquina, seja a margem de um lago que se segue a outro e onde se faz praia se está na esplanada ou viaja de barco,...seja o virar de cada esquina no centro urbano e histórico.



Terreno propicio a uma boa pedalada de bicicleta,... pelas margens dos lagos, acabámos a rendilhar lagos mais kilómetros do que o aconselhável,..


,..depois de uma visita guiada ao centro no comboio turistico, sentados na esplanada ao entardecer a cidade e eles eram uma colmeia de sentimentos de quietude e entretenimento.




,..jantar e dormida no belissimo parque de Vannes e uma passeata digestiva e de reconhecimento a pé.