Ségur / St.Robert / Turenne / Collonges-le-Rouge

21.08.08 - Dia_18

Magnac, ofereceu-nos um lugar de pernoita em área de serviço, porventura, como deviam ser todas as AS,...um pequeno parque de jardim à entrada da vila, um lago feito pateira e um parque de merendas onde a gosto os passantes se alimentam e alimentam a bicharada que sem complexos se oferece por companhia.

Não fora a conhecida paixão dos franceses pela vida ao ar livre,...paixão claramente expressa nas esplanadas sempre cheias em pleno inverno, mantidas a aquecedores,... não fora essa conhecida paixão, seriamos levados a pensar haver um generalizado e forçado recolhimento financeiro familiar por terras de França.
Tanta é a gente, (jovens e menos jovens), que se encontra nestas paragens de lancheira no porta-bagagem,...frequentemente se observa, em plenas áreas de serviço de auto-estrada, o estender da manta e do farnel sobre o relvado,... por vezes até, sem admirações ou estranhezas, frente a um restaurante que está às moscas.


Nestes frequentes encontros, não se consegue deixar de registar a maior simplicidade dos carros e familías em circulação em estradas de França, e por compararação, o contráste com a ostentação dos modelos e marcas que circulam em Portugal, onde a lancheira é coisa completamente demodé...(e mais moderno e benzzoca, é pedir emprestado, para ir de férias).


Os Franceses são tradicionalistas,... como se observa na incansável petanca, com que todas as gerações se exercitam e convivem.

Os caminhos que hoje nos hão-de conduzir a um périplo por algumas das mais famosas Villages de France, são estreitos,...caminhos rurais, em terras de Limousine, bordejadas de um verde tão intenso que o diafragma das máquinas fotográficas, por mais que se feche, recusa a captar em nome da simultânea e intensa luminosidade que nos invade,... a parecer irreal.





Na Borgonha,... a região mais "pobre" de França, a produção bovina, e a fruticultura ocupam a terra,...não há abandono, nem desertos.



Ségur Le Château, é a primeira das villages do périplo,... a medieval Ségur, bem poderá orgulhar-se de seus habitantes que a conservaram, a ponto de por ela nascer um interesse turístico,que enche as ruas e as esplanadas e que já dá emprego até para brasileiro,...a quem calhou a "sorte" de nos servir, simpáticamente, um excelente pedaço de javali.










Saint-Robert,... aldeia que se seguiu, nas fronteiras do Périgord, fica num planalto onde sobressaí a igreja do século doze, deambulatório para peregrinos de Compostela.











Turenne, deve o nome a um visconde cuja família teve aqui durante séculos um pequeno Estado soberano. Do passado permanece na parte superior do aglomerado, os restos de três corpos e uma torre quadrada que protegia o castelo. Sobre as ruas pavimentadas com pedra irregular, casas construídas em torno de pequenas praças, que se sucedem, com muitas e belas casas antigas.
A aldeia mantém dois monumentos: uma universidade do século XVI e a capela dos Capuchinhos do século XVII.










Collonges-Le-Rouge, é uma extraordinária visão medieval: vermelho e rosa.

Com todas as construções em blocos de arenito vermelho maciço oferece-se como um lugar recôndito para paixões e apaixonados pelo pôr do sol.
A Village, de aspecto e côr tão invulgar, mantém, senão mesmo reforça hoje, um carácater essencialmente aristocrático.

É uma vila de visita obrigatória, desde sempre,... como evidencia a linha de caminho de ferro que lá conduz e termina.








Iremos ainda hoje, pernoitar (dormir) a Le-Roque-Gageac, onde passaremos os próximos dois dias,...lugar considerado o tereceiro mais concorrido destino turístico de França, depois de respectivamente Saint- Michel e Rocomodoro.


Aproximadamente 182 km

Poitiers - Futuroscop

20.08.08 - Dia_17

Confesso que não sou nada entusiasta de parques temáticos, parques de diversões ou congéneres, mas depois da agradável surpresa com Puy de Fou,...lá fomos (em silêncio) dormir ao Futuroscópio. Eram duas da madrugada quando estacionámos ao lado de muitos outros autocaravanistas, numa imensa área de serviço que lhes é dedicada. Depois de nós ainda havia muita gente para chegar...

Pensava : "faz tantos anos anos que esta coisa foi inaugurada, que deve ser muito mais do passado que do futuro ",...mas com o passar do tempo lá fui descobrindo em cada novo pavilhão renovados motivos de interesse até à completa surpresa e satisfação,...não própriamente com os pavilhões, que apesar dos anos não deixam ninguém indiferente....






A opção na revelação cénica do "passado, presente e futuro", em projecção cinematográfica, por vezes em desafios de banda desenhada interactiva, outras em constatações documentais históricas ou de vida natura, sempre de forma envolvente e integradora dos espectadores, numa revelação e abrangência tridimensional,...nunca vi nada igual como 3D, nem sabia possível...

Esmagadora a qualidade das animações 3D, só possível em anfiteatros de geometria cúmplice com a projecção. O Futuroscop é afinal uma miríade de anfiteatros especificamente concebidos para projecções cénicas tridimensionais absolutamente envolventes,...de um realismo,por vezes improprio para cardíacos.






Ao longo de um dia completo não conseguimos mais do que ver cinco projecções, todas absolutamente fascinantes, desde uma viajem ao fundo dos oceanos, à corrida de helicóptero pelas cataratas do Niágara, ao boneco que parece ter saído da tela só para nos cumprimentar,...no fim, sobra o lamento pelo tempo não chegar para tudo.




O fim do dia chega com um outro espectáculo cénico em projecção, sobre um espelho de água e uma miríade de repuxos,....surpreendente!


E vimo-nos embora com a certeza de que vale a pena lá voltar, por mais tempo, no minimo dois ou talvez três dias para ver e rever,...afinal entrámos em silêncio e saímos boquiabertos.

O Futuroscópio está para durar !


E nós vamos voltar, para já o caminho é direcção Limoges...


Aproximadamente 156km até Magnac

Angers / Saumur

19.08.08 - Dia_16


Fazem-se centenas de kilómetros, sem um café, sem um restaurante, sem um bar de beira de estrada,....é chão que já deu uvas por estas bandas.


Foi surpresa, algures uma pequena mercearia gourmet,...afinal de uma jovem simpática portuguesa, que à caixa registadora, não resistiu à língua materna e com a face ruborizada se aventurou na oportunidade (segundo ela rara) de ensaiar o prazer de meia dúzia de palavras que lhe garantem a manutenção do precioso activo.


Angers, é mais uma daquelas agradáveis surpresas que há partida não estavam no roteiro. Um belíssimo exemplo de convivência de um parque urbano moderno, no centro de uma cidade marcada pela monumentalidade histórica. Uma lição de Arquitectura.






















Direcção Saumur, sempre pela margem e com o Loire à vista, fizémos a esperada incursão no mundo dos Trogloditas. A prodigialidade da Natureza no vale do Loire permite fácilmente compreender que nestas paragens, ser troglodita terá sido muito mais uma opção do que uma condição.






Muitas destas cavernas, serviam como residência à pouco mais de 20 anos,...hoje em menos de uma geração, o retorno acontece por novos membros, descendentes da mesma família que agora exploram turisticamente a peculiaridade destes lugares, como restaurantes/ bar,...muito concorridos.






Era noite, quando chegámos ao Castelo de Saumur...








Mas a etapa só terminaria no parque temático de Poitiers,... onde pernoitariamos tranquilamente.





Aproximadamente 120 km de Prazer.